RIO DE JANEIRO (O REPORTER) - Não me surpreendeu a notícia de mais uma piada infeliz do comediante e jornalista Rafinha Bastos que chegou a ser apontado pelo jornalão americano New York Times como uma das pessoas mais influentes da rede de microblogs o Twitter. Ele possui mais de 3 milhões de seguidores que curtem muito de suas tiradas inteligentes e infelizmente as de péssimo gosto também.
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O meu 'colega' de profissão tem a mesma idade do que eu e foi formado pela tradicional e respeitada universidade católica, a PUC do Rio Grande do Sul, o que não quer dizer absolutamente nada. O fato deste registro, está na provável tentativa de defesa de seus seguidores em classificar-me como um velho ranzinza. Não sou.
O objetivo tácito do humor é fazer rir e muito deliberadamente levar o interlocutor a pensar de forma crítica sobre situações e comportamentos. Quando o objetivo da piada se afasta disso e o riso e a alegria são prejudicados, há algo de errado no país de Alice.
A última piada de mau gosto de Rafinha fez a TV Bandeirantes afastá-lo corretamente do programa CQC. Parece que o sensor próprio que delimita a stand up comedy do humorista não funciona mais.
É óbvio que o estilo desta comédia, que nem é tão nova assim, beira o escracho. No entanto, não me ocorre que uma piada feita pelos precursores deste estilo no Brasil tenha dado tanta repercussão negativa.
Os mais antigos lembram-se bem. Foi com José Vasconcelos que o stand up Comedy ganhou notoriedade no país, isso nos anos de 1960. Estilo este, seguido pelos extraordinários Chico Anysio e Jô Soares em seus shows solo e ao vivo, com sucesso garantido.
Esses três grandes comediantes, que eu me lembre, pelo que os antigos contam e a internet reproduz, nunca perderam o freio de suas graças e tiveram que responder por elas na Justiça, sem falar obviamente nos tempos de repressão e censura.
Rafinha Bastos, porém, optou pelo viés do humor negro, aquele que nós mesmos fazemos na calada, com amigos mais próximos, talvez por ter a noção exata da repulsa que seria fazê-lo para mais gente. Só que ele, Rafinha, não escondeu e bradou aos quatro cantos a queda pelo gênero do hoje politicamente incorreto.
Em entrevista à revista Rolling Stone do mês de maio de 2011, o comediante gaúcho causou polêmica ao confirmar que em seu show faz piadas de humor negro. Na época ele disparou: "Mulheres feias deveriam agradecer caso fossem estupradas, afinal os estupradores estavam lhes fazendo um favor, uma caridade". Por esta declaração, Bastos foi acusado de fazer apologia ao estupro, o que causou investigação por parte do Ministério Público Federal.
O engraçadinho não aprendeu com o episódio e agora pisou na merda mais uma vez. E para uma plateia bem maior. Os milhões de telespectadores da Band. E ao que tudo indica, não vai querer sair do atoleiro em que se meteu. Pelo Twitter o comediante desdenhou da punição que a emissora dos Saad o submeteu. "Que noite triste pra mim: Foto1 bit.ly/oCKRxH" e postou a foto que você vê publicada nesta matéria.
Os milhões de seguidores de Rafinha Bastos, a matéria no New York Times e o humor sem medidas tiraram o meu colega do rumo, do prumo, da linha.
Mais 'graça' com o episódio:
Leia mais sobre esse assunto em http://oreporter.com/detalhes.php?id=60748#ixzz1Zx1e3Z7R
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